
Há uma perceção errada de que os psiquiatras prescrevem medicamentos sem considerar outras opções de tratamento. Na realidade, os psiquiatras avaliam individualmente cada caso e consideram uma variedade de fatores antes de recomendar medicação. Embora a medicação possa ser parte do tratamento existem outras abordagens terapêuticas, incluindo psicoterapia e intervenções psicossociais.
A Psiquiatria é só para “malucos”. Historicamente falando a loucura foi um termo usado para designar pessoas que, por algum motivo, estavam fora dos padrões. Com o tempo a loucura tornou-se uma justificação para os comportamentos desviantes das normas sociais vigentes no momento. Como em períodos de descompensação de algumas perturbações psiquiátricas se observam alterações do comportamento, criou-se uma ligação entre o termo “loucura” e as doenças mentais, mas por ser um termo altamente depreciativo o seu uso é indesejável no campo da Psiquiatria.
Esta especialidade é muitas vezes associada ao tratamento de doenças mentais graves (esquizofrenia, perturbação bipolar) e isso leva algumas pessoas a crerem que o psiquiatra trata apenas casos graves, e por isso, terem vergonha de procurar o médico. Na verdade, a maioria dos doentes observados em Psiquiatria apresentam outro tipo de perturbações mentais, nomeadamente ansiedade e depressão.
A psiquiatria é uma especialidade médica reconhecida cujos critérios de diagnóstico e as guidelines de tratamento se baseiam em evidências científicas. Não é “pseudociência”.
Há uma ideia errada de que uma vez que alguém inicie tratamento psiquiátrico, ele se prolongará para sempre. Na realidade, a duração do tratamento varia de pessoa para pessoa de acordo com a sua situação específica e em muitos casos, a psicoterapia e a medicação são utilizados apenas por um curto/médio prazo.
Problemas de saúde mental podem afetar qualquer pessoa, independentemente de sua força emocional ou personalidade. Pedir ajuda quando necessário é um sinal de coragem e autoconsciência.
Medo de ser rotulado ou estigmatizado como "louco" ou "fraco" se procurar ajuda psiquiátrica. O estigma social em torno dos transtornos mentais pode impedir que as pessoas busquem o tratamento de que precisam.
Medo que a utilização de medicação possa levar à perda de controlo sobre os próprios pensamentos, sentimentos e comportamento.
Muitas pessoas temem os possíveis efeitos laterais dos medicamentos psiquiátricos, como ganho de peso, sonolência, disfunção sexual, entre outros. Essa é uma preocupação legítima e é importante discutir esses efeitos laterais com o médico de forma a encontrar o melhor tratamento possível.
Há uma preocupação de que o uso prolongado de medicação psiquiátrica possa levar à dependência ou à necessidade contínua de medicação para lidar com os problemas. É importante entender que nem todos os medicamentos psiquiátricos causam dependência e que muitos são prescritos para uso a curto prazo ou conforme necessário.
Alguns pacientes temem que o seu tratamento psiquiátrico os deixe impotentes ou sem voz em relação às decisões sobre a sua própria saúde. No entanto, é importante lembrar que os pacientes têm o direito de serem informados sobre o seu tratamento e de participarem ativamente das decisões relacionadas a ele.
É importante desafiar os mitos e reconhecer e abordar os medos de forma aberta e honesta tendo em vista eliminar o estigma em torno da doença mental encorajando mais pessoas a procurarem atempadamente ajuda quando necessário.